CONTOS QUE VIVI / Carlos R. Hojaij



Viajando e conversando, aprendendo e compreendendo, quanta coisa vai acumulando em sua longa trajetória. Ouvindo e clareando em seu recanto de trabalho, colhendo experiências em clínicas e hospitais, quanto da existência de outros também o inspirou na formulação destes contos que viveu. Fica-se a pensar quantas outras histórias teriam sido registradas e por restrição de tempo não puderam se tornar estórias para nosso deleite. Há em cada conto mensagens de vida. No “Trem”, a variada jornada e os diferentes destinos de cada um. “Bonafide” é levado ao regulado dia a dia de vida asséptica, analgésica e incipiente, verdadeira expressão do politicamente correto. “Profetisa”, quem diria, revela dos outros possível vida futura para consolo deles e remediação de sua culpa. “Gioconda”, mais do que seu sorriso, esconde multidão de mensagens que somente olho agudo e fino de estudioso poderia nos trazer. Reconciliação familiar bem pode acontecer em funeral dos primeiros que antes se foram, nos diz a “Reunião das cinzas”. Um pouco de história medieval alimenta a aventura dos “Crocodilos” da bela Sicília. Quanto de existência juvenil maravilhosa pode resistir ao tempo no conforto de uma “Poltrona”? Qualquer objeto de produção humana encontrado em deserto de extensa praia nos leva a muita indagação; resposta imaginária ou real estaria contida na “Garrafa”? Uma história pavorosa que por dias assombrou o mundo todo para demonstrar a esperança e o conhecimento do homem recuperando a vida e o destino ironicamente preparado ao “Pequeno Alfredo”. Com obediência e dedicação, o muito cordato “Quintino” segue conselhos para educar seu maravilhoso animal de estimação, com muito sucesso, ao menos para seu cão. “Sávio” provou que, hoje em dia, contra os geniais jovens ninguém pode mais. Em noite de tempestade surgiu linda “Lua oval” para destruir sequência de gerações de família de nome e profissionais irreparáveis, imutáveis; que revolução! De um médico, não faltou a estória do saudável “Ernesto”, que um dia sentiu-se muito ansioso, pois fora inesperadamente chamado a voltar para revisão de consulta que tivera no dia anterior; e assim começou atribulada jornada no intricado sistema contemporâneo da fria burocrática medicina. Pode-se dizer que em Contos que vivi há pelo menos um conto para cada gosto.
Camille Drach Hojaij

Este livro, Contos que vivi, juntamente com Coisas do meu Casqueiro e AMORMORTAL, são suas primeiras obras não científicas, publicadas simultaneamente. Representam o culminar de oitenta anos de existência repleta de conquistas e realizações pessoais e profissionais. Durante esse tempo, testemunhou a complexidade da vida e a vastidão da experiência humana, não apenas através de seus pacientes, mas também por meio de todos aqueles encontrados ao longo de sua trajetória.
Camille Drach Hojaij

Carlos R Hojaij foi criado em São Paulo e vive na Austrália há mais de vinte e seis anos. Graduou-se no Colégio Rio Branco (SP). Formou-se em Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em 1968, com especialização em Psiquiatria. Recebeu os títulos de Mestre em Psicologia (PUC-SP) e Doutor em Medicina (USP) com teses em Esquizofrenia, ambos com distinção. Nessa mesma faculdade, trabalhou como professor de psiquiatria e chefe de serviços clínicos, e manteve atividade particular em sua clínica. Em 1986 fundou a Sociedade Brasileira de Psicopatologia da Expressão (Psiquiatria e Arte); em 1987 foi eleito Vice-Presidente da Sociétè Internationale de Psychopathologie de L’Expression, permanecendo nessa posição até 2001. Em 1990 foi eleito membro titular da Academia de Medicina de São Paulo, primeiro ocupante da cadeira André Teixeira Lima. Em 1992 foi eleito Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria Biológica. Em 1996 foi eleito Secretário-Tesoureiro e em seguida Presidente da Federação Mundial das Sociedades de Psiquiatria Biológica (WFSBP). Membro Honorário em dezenas de sociedades nacionais de Psiquiatria Biológica. Contém em seu curriculum organização, presidência e participação em numerosos congressos nacionais e internacionais de Psiquiatria Biológica. Tendo sido convidado pela Universidade de Melbourne, em 1998 migrou com sua esposa e filha caçula para a cidade de mesmo nome, na Austrália. Cumpriu atividades acadêmicas e clínicas. Atualmente vive em Brisbane. Em 2024 completa cinquenta e seis anos de contínua atividade médica.

Serviço:

Contos que Vivi
Carlos R. Hojaij

Scortecci Editora
Contos
ISBN 978-85-366-6609-9
Formato 14 x 21 cm
116 páginas
1ª edição - 2024
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