PÁSSARO LIBERTO / Mônica Sette Lopes (org.) / Fausto Couto Sobrinho (org.)

Pássaro Liberto é fruto do trabalho coletivo dos JuízesPoet@s, em homenagem a um dos fundadores e grande incentivador do grupo, Paulo Merçon. Já se disse que os poetas nascem com asas como os anjos, mas elas vão encurtando pela aspereza da vida e, depois de algum tempo, já não servem mais para planar nas alturas, apenas para voejar baixo e desajeitadamente. E sofrem, presos à terra. Alguns deles, contudo, livram-se de suas amarras e voam, voam tão alto que ficam lá, como o Pássaro Cósmico que ilustra a capa desta coletânea, ouvindo estrelas e conversando com elas, como somente os poetas e aqueles que amam são capazes de fazê-lo.

Os JuízesPoet@s - Segundo o Aurélio, singularidade, na acepção cosmológica, é a região do espaço-tempo onde as leis da física atualmente conhecidas entram em colapso e as equações perdem o seu significado, ou seja, sob certo aspecto, é o terreno da poesia, que se inicia onde o sensorial, o onírico, o simbólico, o contraditório afastam a rudeza da razão. Igualmente, ser juiz e poeta ao mesmo tempo é, se não um evento singular, pelo menos algo raro ou invulgar. Os participantes do grupo de JuízesPoet@s conseguem a proeza de superar uma contradictio in terminis: conciliar o exercício da judicatura com a vivência poética. Por isso, talvez, sejam juízes muito especiais, capazes de perceber o fluir da vida onde outros vêm apenas a letra fria dos autos processuais.

O homenageado - Paulo Merçon - (1971-2014) - Poeta, músico, fotógrafo, caricaturista, Paulo Gustavo de Amarante Merçon foi também Juiz do Trabalho em Minas Gerais e é a melhor expressão do grupo que ajudou a criar os JuízesPoet@s. Se no direito procurava os fundamentos, na escritura o poeta de Abreviaturas do Invisível (Ed. 7 Letras, Rio de Janeiro, 2009) buscava a redução da poesia à forma escandida na palavra de exata transparência. O poeta Paulo Merçon queria o tempo perfeito, o reconhecimento da totalidade. Mas havia também a dúvida, a crítica, o pontuar do pensamento na dialética do argumento nunca escondido. No texto preciso, escancarou sua angústia de não conseguir domar a vida inteira. E esse é o legado de sua poesia, que permanece hoje na mente e coração dos juízes que ele ajudou a reunir em torno da palavra em verso.

Serviço:

Pássaro Liberto
Coletânea em Homenagem a Paulo Merçon
Mônica Sette Lopes (org.)
Fausto Couto Sobrinho (org.)

Scortecci Editora
Crônicas
ISBN 978-85-366-4061-7
Formato 14 x 21 cm 
180 páginas
1ª edição - 2015

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