POESIA DA VIDA / Orlando Sampaio Silva



“Hoje, aqui estou, aqui sou / e aqui penso. / ...Ergo sum. / Este ser que testemunha a complexidade da vida, / e que alimenta seus projetos / no imponderável, que ainda virá; / que, com afetos e com amor, / é estimulado, em sua subjetividade, / pelo prazer dos atos reprodutivos, / mas, também, que edifica / essa nova torre de Babel / onde, ao contrário da outra, há compreensão / e entendimento entre os que compartilham a obra, / no diálogo e na construção idealizada / dos tempos de justiça e paz, que busca perpetuar.”
Este é um trecho do poema “...Ergo sum”, de Orlando Sampaio Silva. Os valores que estão aí registrados são marcos reais e simbólicos da poesia deste poeta, que, também, transita pela meditação filosófica, pelo humanismo, pela mitologia e pela expressão de sua busca (utópica?) em contribuir para a constituição e a renovação do ser humano em um mundo caracterizado pela fraternidade, pela justiça social, pela igualdade, pela paz e pela liberdade plena, com a sociedade humana reconstruída em conformidade com a pureza da razão ética, assim como sua poesia é realimentada pelo amor familiar, pelo testemunho e pela memória. Esta obra contém poesias que foram produzidas pelo autor ao longo de toda a sua vida, desde a adolescência até o presente, na maturidade avançada, e, também, oferece ao leitor elementos estéticos e sobre gênese, que permitem o estudo do processo de criação poética do poeta. Orlando Sampaio Silva, profissionalmente, é antropólogo.

“Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto —
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros a mão cheia...
E manda o povo pensar!”
(Castro Alves, “O Livro e a América”)

“Da infância o tempo fugindo,
Tudo mudou-se em redor,
Um dia passa em minh’alma
Das cidades o rumor...
Sôa a ideia, sôa o malho,
O ciclope do trabalho
Prepara o raio do sol —
Tem o povo — mar violento —
Por armas o pensamento,
A verdade — por farol!”
(Castro Alves, “Adeus, Meu Canto!”)

“A praça... a praça é do povo,
Como o ar é do condor!”
(Castro Alves)
“Autant qu’un roi je suis heureux;
L’air est pur, le ciel admirable...
Nous avions un été semblable
Lorsque j’en devins amoureux!”
(Charles Baudelaire, “Le Vin”)

“Sou tão feliz quanto é um rei;
O ar é puro, o céu adorável...
Era um verão incomparável
Quando por ela me encantei!”
(Charles Baudelaire, “O Vinho”)

Serviço:

Poesia da Vida
Orlando Sampaio Silva

Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-6643-3
Formato 14 x 21 cm
236 páginas
1ª edição - 2024
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