DENISE LENTINI - AUTORA DO LIVRO "VIDA DE MALABARES"

Denise Lentini. Iniciou seus escritos aos treze anos. Seguiu pelos anos afora, advogando, mediando conflitos, construindo-se como pessoa e mãe, contudo, sem poder impedir que os versos vertessem, diante de cenas do cotidiano, de histórias ouvidas, vividas e inventadas. Agora chegou o tempo de assumir-se como poetisa e entregar, em partilha, Vida de Malabares.

Vida de Malabares
É um convite ao leitor para que percorra um caminho de emoções, percepções, subjugações, devaneios e desafios da existência humana, traçado pela poesia que revela a nossa condição de equilibristas, em constante aprendizado, diante da contraposição de dores e alegrias, amores e desamores, injustiças e ideais, individualidade e coletividade, sonhos e pelejas, vida e morte. Nesse trajeto, o leitor poderá encorajar-se ao diálogo consigo e com o outro, por identificar-se uma pessoa humanamente comum que, tal qual esse livro, faz seu mundo com sentimentos e palavras que são versos e, também, desenhos que contornam o movimento de argolas e claves – malabarismos - próprios da arte de viver. Vida de Malabares traz um compromisso com verdades relativas e liberdades absolutas, por isso, sua poesia verte de pensamentos críticos, suavizados pela ironia, ao mesmo tempo, que delira atribuindo novos significados às palavras, às regras de pontuação. Malabares em razão da dominação de corpos, da imposição de papéis e do capital. Malabares em razão da beleza, ternura e coragem de estar nesse mundo.

ENTREVISTA

Olá Denise. É um prazer contar com a sua participação no Portal do Escritor

Do que trata o seu Livro?
Vida de Malabares é um convite ao leitor para que percorra, através da poesia, um caminho de emoções, percepções, subjugações, devaneios e desafios da existência humana que revela a nossa condição de equilibristas em constantes malabarismos exigidos pela vida. Vida de Malabares traz um compromisso com verdades relativas e liberdades absolutas, por isso, sua poesia verte de pensamentos críticos, suavizados pela ironia, ao mesmo tempo, que delira atribuindo novos significados às palavras, às regras de pontuação. Vida de Malabares é profundamente humano por isso, versa sobre a dominação dos corpos, a imposição castradora dos papéis sociais, a dor das exclusões, mas também, a beleza, a ternura, o amor e a coragem de estar nesse mundo.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
A escrita de Vida de Malabares nasceu de textos esparsos, feitos ao longo de bons anos de forma espontânea. Quando percebi que tinham unicidade, como toda colcha de retalhos é a costura que traz a forma, iniciei os alinhavos e fui aglutinando os textos, até formar um mosaico de humanidades, identificável em seus versos escritos e outros desenhados (poesia gráfica), que abraça o leitor adolescente e adulto, de modo que não se sinta só em sua originalidade, vulgarmente chamada de esquisitice. Vida de Malabares é para todos que queiram com ele dialogar..

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Eu tive a sorte de conviver em ambientes que me trouxeram os livros, desde a minha infância e, facilmente, apaixonei-me pelas palavras, gostava de soletrá-las, algumas provocavam minha curiosidade, outras o meu riso, foi assim que aos 13 anos iniciei os meus escritos. Profissionalmente, segui a advocacia e a mediação de conflitos que, também, requerem intimidade com a palavra. Em 2006 lancei o meu primeiro livro de poesias, Só Palavras. Depois, optei em não me dedicar aos projetos de escrita, no entanto, durante a pandemia, surgiram convites para a coautoria de livros acadêmicos e a força da poesia novamente tomou conta de mim surgindo o primeiro lançamento de Vida de Malabares na cidade de Fortaleza, durante o Congresso Nacional de Mediação de Conflitos do FONAME, realizado na Universidade de Fortaleza – UNIFOR, pretendo para o próximo ano fazer o lançamento em São Paulo. Já estou com o terceiro livro de poesia pronto e o quarto começa a brotar..

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Penso que os escritores são semeadores de ideias, cheios de esperança, não lhes sendo muito recomendável ter grandes expectativas momentâneas. O Brasil é um país com um número muito significativo de analfabetos e analfabetos funcionais. As políticas públicas educacionais privilegiam os estudos tecnicistas e dão um papel secundário à literatura. A poesia com sua fama de chata e incompreensível foi cada vez mais sendo afastada das pessoas, das livrarias, das salas de aula, sem contar que a fala de um influencer é muito menos inquietante que uma poesia de Ferreira Gullar. Aqui não posso deixar de falar que o acesso aos livros é negado a grande maioria dos brasileiros.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Não foi difícil, a Scortecci já tem uma longa estrada no mercado, conhecida por seu profissionalismo e honestidade, além da qualidade de seus serviços, sem contar na disposição colaborativa – sempre gentil - com os escritores, fazendo-se, realmente, parceira para que os livros encontrem os seus caminhos. Sempre a acompanhei pelas mídias sociais e nas Bienais. Deixo aqui os meus agradecimentos e carinho a toda equipe..

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Primeiro, porque todo livro de poesia merece ser lido. A poesia transcende à lógica de seu tempo, amplifica horizontes, denuncia o inconfessável. Por guardar estreita relação com o universo humano, a poesia sempre dialoga com o leitor, basta estar disposto a isso. Quanto ao Vida de Malabares, se eu fosse o leitor, não perderia a oportunidade de ter uma conversa ao pé de ouvido com a poesia que ele traz, sendo certo que poderão rir, chorar e fazer muitas reflexões juntos, a ponto de tornarem-se grandes amigos. A mensagem que deixo aos leitores: Minha poesia é feita de malabares, artistas anônimos, pessoas comuns que encontrei no caminho e outras que não passaram de uma suposição. Todas, invariavelmente, aprendiam a arte de viver na corda bamba, de dançar com objetos lançados ao ar, por vezes cuspindo fogo, sem poderem incendiar em cena. A essas pessoas que vieram antes, as que estão, as que sempre estiveram e as que virão, dedico, com amor, esse livro...

Maria Cristina Andersen

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