JOSÉ SERÁFICO - AUTOR DO LIVRO "CHAMANDO À ORDEM"

José Seráfico. Contando quase 60 anos de experiência em órgãos impressos de comunicação social, o autor coloca nas páginas do livro o resultado de seu longo aprendizado no magistério, na direção de órgãos universitários, na sua passagem por entidades privadas e na advocacia.
Advogado (OAB-AM, 1.530), o autor é professor titular aposentado da UFAM, em cuja Faculdade de Estudos Sociais ministrou aulas no Curso de Graduação em Administração e cursos de pós-graduação. Desde 1961 frequentou redação de jornais (Jornal do Dia, Belém-PA, 1961-1964; A Crítica, Manaus-AM, 1971 até o presente, dos quais mais de 20 anos como editorialista), sem contar sua experiência como diretor de jornaizinhos estudantis - O CEPC, do Centro Cívico Honorato Filgueiras, do Colégio Estadual Paes de Carvalho, Belém, PA; Tablóide-UAP, da União Acadêmica Paraense, Belém. Dos dois foi diretor. É autor de quase 20 livros, de artigos, contos, poemas e memórias e participa com outros textos, inclusive ensaios de mais outras tantas obras.

CHAMANDO À ORDEM
A ditadura dispensa o Poder Judiciário. Este, pelas suas origens e as funções que desempenha na república, geralmente incomoda os autoritários. Não é outra a razão pela qual os ditadores tentam de toda forma calar o pronunciamento da Justiça, seja pela cassação dos direitos de magistrados, seja pela alteração na composição dos tribunais. Disso, todos os que estávamos vivos no período 1964-1979 podemos dar testemunho. Sofrido testemunho. O estado democrático de direito, ao contrário, é exigente de tribunais rigorosos, descomprometidos senão com a distribuição da justiça e a prestação jurisdicional voltada para o bem comum. A capacidade de interpretar as leis e aplicá-las aos casos que lhe compete julgar inscreve-se dentre as garantias dos direitos individuais e coletivos. Em consequência do arranjo constitucional que assegura a autonomia e a harmonia dos poderes, torna-se indispensável discernir as competências de cada um deles. Só isso reduzirá os riscos de um imiscuir-se na seara de outro, mesmo que sujeitos os seus integrantes a toda sorte de sedução. (Estado de direito sob risco)

ENTREVISTA

Olá José Seráfico. É um prazer contar com sua participação no Portal do Escritor

Do que trata o seu Livro?
O livro é uma coletânea de textos publicados em diversos meios (jornais diários: A Crítica,  Manaus, AM; O Liberal, Belém, PA; Diário do Pará, Belém; boletins informativos: Gazeta Fazendária, SIFAM-AM; Jornal da Ciência, SBPC; A Voz do Advogado, OAB-AM, Manaus; blogs: www.carlosbranco.com.br; www.nagavea.com.br), sobre temas e problemas sociais, jurídicos, educacionais, políticos e econômicos, dos anos 1980 até hoje.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Na verdade, a ideia partiu do desejo de levar a outros leitores, que não os dos meios em que os textos foram publicados, minhas considerações sobre os temas tratados. O público potencialmente interessado são os que estudam os problemas e temas abordados, sejam profissionais ou não de alguma das áreas abrangidas. Também estudantes de Direito, Economia, Educação, Política e Ciências Sociais podem interessar-se por ler o livro.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Dois filhos tenho – um professor de Sociologia, outro advogado. Exerci ambas as profissões, advogado e professor. Militei na imprensa, desde os tempos de estudante secundarista (correspondente aos cursos básico e médio atuais), dirigindo jornalzinho impresso e com fotos. Depois de, com 12 anos, em companhia de colega de turma, ter criado O Clarim, jornal feito em papel pautado com quatro páginas diagramadas pelo outro editor, em um só exemplar, que circulava na turma (2ª, 2ª do Colégio Estadual Paes de Carvalho, Belém, PA, 1954). Dirigi, como universitário, e então já como copy-desk do Jornal do Dia (Belém.PA; 1961-1964) o Tabloide-UAP, no formato que o nome diz, oito páginas, com fotos em cores e diagramação imitativa dos diários das capitais. Desde 1971, colaboro com A Crítica, de Manaus-AM, primeiro como editorialista, por cerca de 20 anos; até hoje, como articulista semanal. Somente em 1992 publiquei meu primeiro livro (Memórias Talvez Precoces, CEJUP, Belém, PA). São registros de meus primeiros 22 anos, motivados pela prisão política que durou 60 dias, pela minha participação no movimento universitário. Minha vida literária, portanto, não realizou um sonho, mas foi uma espécie de destino. As árvores estão plantadas no quintal da casa em que moro há quase 50 anos, na capital amazonense. A produção literária está longe de ser esgotada, se eu quisesse reunir em coletâneas todos os textos produzidos desde algumas décadas e publicados nos vários veículos mencionados antes. Ainda assim, seriam enriquecidos com outros textos (poemas, palestras, contos, crônicas e artigos, alguns eventualmente editados no meu blog – página camarote).

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Não creio fácil a vida do escritor, daquele que vive do que escreve e publica em livros, no Brasil. Suspeito, até, da veracidade da informação de que o número de leitores tem aumentado nos últimos anos. A não ser que os livros Diário, Caixa e Razão estejam incluídos nos levantamentos. Nem vejo muitas editoras, especialmente as maiores, interessadas genuinamente no crescimento do público leitor. É das pequenas e médias editoras que têm vindo os esforços mais significativos nesse sentido. Também observo que há mais gente interessada em difundir sua criatividade e suas ideias, quando percorro a internet e constato a quantidade de coletâneas editadas, nas quais textos dos mais diversos estilos são misturados, nem sempre com critério e com alto grau de heterogeneidade – seja em qualidade textual, seja em gênero literário, seja em apuro linguístico. 

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Fiquei sabendo da Scortecci pela internet. Buscava trabalho especializado e competente para pôr meu Veleidades Poéticas (2021) diante dos olhos do leitor, e, depois de tê-la vivido como a primeira experiência com a casa de João Ricardo Scortecci de Paula, a ela entreguei meus Nada é (nem será) Tão Feio, 2021; Chamando à Ordem, 2022 e, agora (fevereiro de 2023) em fase de produção, o (Des)encontros poéticos ou...

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Creio que a resposta à segunda pergunta desta oportuna entrevista e do questionário inteligente que me foi apresentado, satisfaz a curiosidade de todos. Resta-me apenas agradecer a oportunidade de dar a conhecer um pouco mais de mim aos eventuais interessados, e desejar que meus escritos não despertem pena. Apenas me agradaria saber de cada leitor, se os houver, que valeu a pena ter-me lido. Obrigado.

Maria Cristina Andersen

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