VOZES E SCOS À COP 30 / Paulo Emílio Matos Martins / Gustavo Pereira da Costa / Ilmar Polary Pereira (organizadores)



Muito antes do encontro das culturas europeias com as originárias do continente que, mais tarde, receberia o nome do navegador florentino Américo Vespúcio, floresceram no continente americano culturas com diferentes graus de desenvolvimento, entre elas a marajoara (400–1400 d.C.), que habitou a ilha do Marajó no atual estado do Pará, Brasil, na foz do rio Amazonas. Os marajoaras pertencem ao tronco aruaque e formaram sociedades hierarquizadas de chefes, guerreiros, artesãos e agricultores e uma organização social relativamente complexa, provavelmente estruturada em redes de aldeias integradas, que desenvolveram grande capacidade de adaptação às várzeas amazônicas. A “engenharia” marajoara, no enfrentamento do rigoroso regime climático de chuvas e inundações da floresta úmida, revela um notável grau de domínio das técnicas de movimentação do solo e de construção de extensos aterros com dezenas de metros de altura, verdadeiros platôs artificiais denominados “tesos”, ainda hoje utilizados na região como meio de proteção das habitações, plantações e rebanhos nos períodos das cheias fluviais. Como outras culturas americanas que desapareceram antes da chegada do colonizador europeu, os povos marajoaras entraram em declínio entre os séculos XIII e XIV, possivelmente devido às mudanças climáticas, pressões ambientais e/ou conflitos internos. Tendo atingido uma expressiva habilidade na arte cerâmica e na decoração de suas peças com elaborados grafismos geométricos representativos da natureza e da cosmogonia de sua cultura, o legado dos povos marajoaras, de seus sambaquis e artefatos, expostos nos museus da Amazônia e de todo o mundo, encantam os que os contemplam, como a bela e elegante “tigela”  pré-colombiana que ilustra a nossa capa e nos convida à reflexão sobre o destino das civilizações que, como a marajoara, provavelmente, não aprenderam a cuidar do delicado relógio da natureza e desapareceram.

O Núcleo de Estudos de Administração Brasileira (ABRAS), sediado na Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói (RJ), foi criado em janeiro de 1988 no curso de bacharelado do Departamento de Administração dessa Universidade, como Grupo de Pesquisa em História Administrativa do Brasil. Transferido em 1996 para a Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP), da Fundação Getulio Vargas (FGV), como Programa de Estudos de Administração Brasileira e organizado como uma rede internacional de pesquisadores críticos da teorização clássica sobre administração, este grupo de investigação científica retornou à sua instituição de origem (UFF) em 2010, tendo como objetivo principal do seu projeto Contribuições do Pensamento Social Brasileiro para a Qualificação do Ensino e da Pesquisa em Administração Pública (financiado pela CAPES) a proposta de criação de um curso 
de pós-graduação em administração (stricto sensu) contextualizado na realidade histórica e no pensamento social brasileiro. O ABRAS é o grupo de investigação em Estudos Organizacionais mais antigo registrado na Plataforma Lattes do CNPq e lidera uma rede internacional com cerca de meia centena de IESs associadas de três continentes e representantes das cinco regiões geográficas do país. O objetivo do ABRAS é o estudo do “espaço-dinâmica organizacional” (MARTINS, 2012) como fenômeno político, econômico e cultural; isto é, como lócus singular de (re)produção do simbólico sobre o trabalho societário e sua gestão. Nos seus mais de 37 de atividades, esse núcleo de pesquisa acadêmica publicou 40 livros/capítulos, mais de 70 artigos acadêmicos em periódicos, journals e revistas científicas; orientou cerca de 80 pesquisadores nos seus trabalhos finais de pós-doutoramento, doutoramento e mestrado e organizou cerca de uma centena de encontros e seminários acadêmicos (nacionais e internacionais), com o apoio de instituições brasileiras e estrangeiras de fomento à pesquisa.

A Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão — FAPEAD, que apoia este livro, é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, criada por um grupo de professores da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) com a finalidade de atender às demandas de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, além de viabilizar a captação de recursos junto a instituições de fomento para a execução de projetos estratégicos. Ao longo de mais de duas décadas de trajetória, a FAPEAD tem atuado de forma significativa em projetos de interesse da UEMA, de seus docentes e do estado do Maranhão, abrangendo áreas como planejamento estratégico, meio ambiente, educação, tecnologia, gestão fundiária, formação de povos indígenas e quilombolas. Suas atividades estendem-se ainda a entes governamentais, empresas privadas, entidades do terceiro setor, além de universidades e instituições internacionais, consolidando-se como agente de apoio e fortalecimento da ciência e tecnologia, da inovação e da inclusão social.

Serviço:

Vozes e Ecos à COP 30
Paulo Emílio Matos Martins
Gustavo Pereira da Costa
Ilmar Polary Pereira (organizadores)

Scortecci Editora
Meio Ambiente
ISBN 978-85-366-7220-5
Formato 16 x 23 cm
344 páginas
1ª edição - 2025
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