MARIA MORTATTI - AUTORA DO LIVRO "MULHER QUALQUER, MULHER"
Maria Mortatti nasceu em 1954, em Araraquara/SP, onde estudou desde o curso primário até a graduação em Letras. Entre 1978 e 1991, lecionou língua portuguesa e literatura na rede pública paulista e concluiu mestrado e doutorado em Educação na Universidade Estadual de Campinas. Em 1991, ingressou como docente e pesquisadora na Universidade Estadual Paulista – campus de Presidente Prudente. É livre-docente em alfabetização e atualmente é professora titular dessa universidade, no campus de Marília, lecionando no curso de Pedagogia e orientando mestrados e doutorados em Educação. Além de contribuir para a formação de milhares de professores e dezenas de pesquisadores, é autora de livros, capítulos e artigos sobre história da educação, alfabetização e ensino de língua e literatura, entre os quais: Leitura, literatura e escola (Martins Fontes), Em sobressaltos: formação de professora (1ª. edição, Editora da Unicamp; 3ª. edição, Oficina Universitária), Os sentidos da alfabetização: São Paulo – 1876/1994 (Editora Unesp), Receita de ambrosia: peça didática (Editora Unesp). Recebeu o 54º. Prêmio Jabuti – Educação, da Câmara Brasileira do Livro, em 2012, pelo livro Alfabetização no Brasil: uma história de sua história (Editora Unesp; Oficina Universitária). É editora do blog Literatura & Educação e coeditora do blog Livros & Autores. É autora de textos literários publicados em revistas e antologias e dos livros: Breviário amoroso de Sóror Beatriz – poemas (2019), pela editora Patuá; e, pela Scortecci Editora, a trilogia Essa Mulher: Mulher Emudecida, Mulher Umedecida, Mulher Enlouquecida –; Amor a quatro mãos; O primeiro livro de Arthur; Prosa de Leitora: sobre livros, autores e outros acepipes – volumes 1 e 2; Mulher qualquer, mulher – poemas.
Mulher qualquer, MulherMulher
Bela e fera. Purga e ri.
Beija e morde. Perde e luta
Bate e assopra. Sangra e goza.
Teme e deseja. A das flores.
Luta e perde. A das dores.
Chora e espera. Mulher qualquer,
Perdoa e revida. mulher.
Maria Mortatti
Ela reúne neste livro 65 poemas escritos entre 1985 e 2015, que permaneciam inéditos. Com as outras de sua obra literária – sóror Beatriz, mulher emudecida, mulher umedecida e mulher enlouquecida –, esta mulher qualquer vem compor mais um momento da jornada de autoconhecimento do eu lírico feminino e sua luta cotidiana, da juventude à maturidade, para existir e conquistar vez e voz. À medida que amplia a consciência de si, ensaia caminhos para emancipação da condição de invisibilidade, emudecimento e enclausuramento. Transfigurando-os poeticamente, convida-nos a acompanhar vivências e experiências nos lugares comuns que habita. Cantando seus sonhos, desejos, decepções e perdas, canta também o que é, foi ou poderia ter sido a vida, senão de todas, ao menos de muitas mulheres nascidas na segunda metade do século XX. Entre possibilidades, necessidades, restrições e desafios: uma mulher qualquer, mulher.
ENTREVISTA
Olá Maria. É um prazer contar, novamente, com a sua participação no Portal do Escritor.
Do que trata o seu Livro?
Neste livro se encontram 65 poemas escritos entre 1985 e 2015, que permaneciam inéditos. Com as outras de sua obra literária – sóror Beatriz, mulher emudecida, mulher umedecida e mulher enlouquecida –, esta mulher qualquer vem compor mais um momento da jornada de autoconhecimento do eu lírico feminino e sua luta cotidiana, da juventude à maturidade, para existir e conquistar vez e voz. À medida que amplia a consciência de si, ensaia caminhos para emancipação da condição de invisibilidade, emudecimento e enclausuramento. Transfigurando-os poeticamente, convida-nos a acompanhar vivências e experiências nos lugares comuns que habita. Cantando seus sonhos, desejos, decepções e perdas, canta também o que é, foi ou poderia ter sido a vida, senão de todas, ao menos de muitas mulheres nascidas na segunda metade do século XX. Entre possibilidades, necessidades, restrições e desafios: uma mulher qualquer, mulher.
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Os poemas foram escritos em diferentes períodos da vida, como registro de observações, sensações, reflexões do cotidiano de uma mulher. Selecioná-los para compor o projeto do livro foi uma decisão necessária, em especial neste momento histórico em que se discutem mais acentuadamente a condição feminina e os direitos das mulheres no mundo contemporâneo. O livro se destina, portanto, a todas as pessoas que gostam de poesia e se interessam por conhecer a intimidade das mulheres, seus sonhos, desejos e realizações.
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. O primeiro de muitos ou um sonho realizado?
Há mais de cinco décadas, venho realizando projetos como escritora e poeta, e muitos ainda desejo realizar. Até o momento, publiquei mais de uma dezena de livros, além de dezenas de artigos e ensaios sobre assuntos acadêmico-científicos, resultantes de minhas pesquisas como professora universitária na Unesp - Universidade Estadual Paulista, campus de Marília. Também há mais de cinco décadas escrevo textos literários, muitos ainda inéditos e alguns publicados em revistas e antologias. Mais recentemente, comecei a publicar livros de prosa e poesia. Já tenho outros livros acadêmico-científicos e literários previstos para publicação nos próximos anos.
O que você acha da vida de escritor no Brasil: um país de poucos leitores e onde a leitura não é valorizada?
Exceto em casos excepcionais, não se consegue mesmo viver exclusivamente de recursos de direito autoral ou atividades afins à atividade do escritor. Os resultados de pesquisas não são muito animadores em relação ao aumento do número de leitores, embora indiquem que é relevante o número dos que leem literatura em diferentes gêneros e modalidades de textos. Mas ainda é baixo o número de leitores, e a leitura ainda é pouco valorizada na vida cotidiana dos brasileiros. Os avanços dependem de melhorias nas condições sociais, econômicas, culturais e educacionais do País. Dependem principalmente de políticas públicas para formação de leitores baseadas na bibliodiversidade, envolvendo autores, editores, gráficos, livreiros, professores, bibliotecários, mediadores de leitura entre tantos outros agentes da cadeia criativa, produtiva e distributiva do livro.
Como ficou sabendo do trabalho editorial e gráfico da Scortecci?
Conheço há muito tempo a Scortecci, por meio tanto da leitura dos livros que edita quanto das pesquisas sobre leitura e literatura que realizo como professora universitária. A experiência, a qualidade editorial e gráfica e o profissionalismo de toda a equipe da editora foram fatores importantes para eu decidir apresentar as propostas de publicação, que foram acolhidas pelo editor. Acompanhando todo o processo de produção, distribuição e divulgação do livro, pude confirmar, com satisfação, o excelente trabalho realizado pela editora
O seu livro merece ser lido? O que ele tem de especial capaz de encantar leitores?
Como todos os textos que escrevo, Mulher qualquer, mulher também foi movido pela paixão pela vida. Espero e desejo que gostem de lê-lo tanto quanto gostei de escrever. Certamente cada leitor poderá, a seu modo e gosto, conhecer e vivenciar o prazer da leitura dos acepipes que ofereço para degustação em comedidas porções a aguçarem o apetite para os pratos principais – livros, autores e outros assuntos dos textos –, apenas apresentados no livro, em forma de agradável – assim espero – prosa de leitora.
Maria Cristina Andersen
Revista do Livro
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ENTREVISTA
Olá Maria. É um prazer contar, novamente, com a sua participação no Portal do Escritor.
Do que trata o seu Livro?
Neste livro se encontram 65 poemas escritos entre 1985 e 2015, que permaneciam inéditos. Com as outras de sua obra literária – sóror Beatriz, mulher emudecida, mulher umedecida e mulher enlouquecida –, esta mulher qualquer vem compor mais um momento da jornada de autoconhecimento do eu lírico feminino e sua luta cotidiana, da juventude à maturidade, para existir e conquistar vez e voz. À medida que amplia a consciência de si, ensaia caminhos para emancipação da condição de invisibilidade, emudecimento e enclausuramento. Transfigurando-os poeticamente, convida-nos a acompanhar vivências e experiências nos lugares comuns que habita. Cantando seus sonhos, desejos, decepções e perdas, canta também o que é, foi ou poderia ter sido a vida, senão de todas, ao menos de muitas mulheres nascidas na segunda metade do século XX. Entre possibilidades, necessidades, restrições e desafios: uma mulher qualquer, mulher.
Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Os poemas foram escritos em diferentes períodos da vida, como registro de observações, sensações, reflexões do cotidiano de uma mulher. Selecioná-los para compor o projeto do livro foi uma decisão necessária, em especial neste momento histórico em que se discutem mais acentuadamente a condição feminina e os direitos das mulheres no mundo contemporâneo. O livro se destina, portanto, a todas as pessoas que gostam de poesia e se interessam por conhecer a intimidade das mulheres, seus sonhos, desejos e realizações.
Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. O primeiro de muitos ou um sonho realizado?
Há mais de cinco décadas, venho realizando projetos como escritora e poeta, e muitos ainda desejo realizar. Até o momento, publiquei mais de uma dezena de livros, além de dezenas de artigos e ensaios sobre assuntos acadêmico-científicos, resultantes de minhas pesquisas como professora universitária na Unesp - Universidade Estadual Paulista, campus de Marília. Também há mais de cinco décadas escrevo textos literários, muitos ainda inéditos e alguns publicados em revistas e antologias. Mais recentemente, comecei a publicar livros de prosa e poesia. Já tenho outros livros acadêmico-científicos e literários previstos para publicação nos próximos anos.
O que você acha da vida de escritor no Brasil: um país de poucos leitores e onde a leitura não é valorizada?
Exceto em casos excepcionais, não se consegue mesmo viver exclusivamente de recursos de direito autoral ou atividades afins à atividade do escritor. Os resultados de pesquisas não são muito animadores em relação ao aumento do número de leitores, embora indiquem que é relevante o número dos que leem literatura em diferentes gêneros e modalidades de textos. Mas ainda é baixo o número de leitores, e a leitura ainda é pouco valorizada na vida cotidiana dos brasileiros. Os avanços dependem de melhorias nas condições sociais, econômicas, culturais e educacionais do País. Dependem principalmente de políticas públicas para formação de leitores baseadas na bibliodiversidade, envolvendo autores, editores, gráficos, livreiros, professores, bibliotecários, mediadores de leitura entre tantos outros agentes da cadeia criativa, produtiva e distributiva do livro.
Como ficou sabendo do trabalho editorial e gráfico da Scortecci?
Conheço há muito tempo a Scortecci, por meio tanto da leitura dos livros que edita quanto das pesquisas sobre leitura e literatura que realizo como professora universitária. A experiência, a qualidade editorial e gráfica e o profissionalismo de toda a equipe da editora foram fatores importantes para eu decidir apresentar as propostas de publicação, que foram acolhidas pelo editor. Acompanhando todo o processo de produção, distribuição e divulgação do livro, pude confirmar, com satisfação, o excelente trabalho realizado pela editora
O seu livro merece ser lido? O que ele tem de especial capaz de encantar leitores?
Como todos os textos que escrevo, Mulher qualquer, mulher também foi movido pela paixão pela vida. Espero e desejo que gostem de lê-lo tanto quanto gostei de escrever. Certamente cada leitor poderá, a seu modo e gosto, conhecer e vivenciar o prazer da leitura dos acepipes que ofereço para degustação em comedidas porções a aguçarem o apetite para os pratos principais – livros, autores e outros assuntos dos textos –, apenas apresentados no livro, em forma de agradável – assim espero – prosa de leitora.
Maria Cristina Andersen
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