LUIS ANTONIO VIOLIN - AUTOR DO LIVRO "OS GATOS DANÇANTES"

Luis Antonio Violin nasceu em Batatais, aos 22 de junho de 1950, e reside em Brasília desde 1975.
Graduou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras/UNESP, Franca-SP, cidade onde lecionou Português e Inglês de 1973 a 1975.
Admitido por concurso como professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal, de 1975 a 1981 lecionou Português e Inglês, foi Encarregado Pedagógico e Supervisor Escolar na área de avaliação do ensino-aprendizagem.
Em 1981, por concurso público, assumiu o cargo de Analista Legislativo na Câmara do Deputados, onde desempenhou as funções de revisor e redator de textos, avaliador de documentos e chefe do Serviço de Comissões Parlamentares de Inquérito, onde se aposentou.
Depois, cursou pós-graduação em Administração de Recursos Humanos na Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal (AEUDF) e foi revisor de textos no Tribunal Superior Eleitoral, na Presidência da República e na Secretaria de Assuntos Estratégicos.
OBRAS PUBLICADAS
Publicou o livro de contos Lá na praia… & outros casos (2019), e os livros infantojuvenis O ninho vazio, Editora Colli Books, lançado na Bienal Internacional do Livro de Brasília, em 2022, e Histórias de Paulinho, Scortecci Editora, lançado na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 2022.
Participou das coletâneas: Contemporânea: antologia de contos & poemas, ed. Albatroz (2019), com o conto “O ninho vazio”, e Antologia Scortecci 40 anos, v 3, Scortecci Ed. (2022), com o conto Gaslighting.

Os Gatos Dançantes
Queria somente escrever coisas boas sobre o meio ambiente, que é a nossa casa maior. Se assim o considerarmos, adianta pouco cuidar somente da nossa casa menor. É preciso cuidar das duas, certo? Mas nem sempre agimos corretamente na preservação do meio ambiente. Um exemplo é o que acontece no garimpo ilegal de ouro, que usa o elemento químico mercúrio na separação do ouro das impurezas da terra. Outro é o seu uso na fabricação de produtos que utilizamos. O uso ilegal do mercúrio traz muitos prejuízos ao meio ambiente porque contamina a terra, o ar, as águas, os peixes e os seres humanos. Essa contaminação pode fazer mal à saúde, levar à morte ou deixar sequelas nas pessoas, como aconteceu na cidade de Minamata, no Japão. Lá o primeiro caso do surto em seres humanos foi de uma menina em 1956, mas essa tragédia se prolongou por muitos anos. Ficou conhecida como Mal de Minamata ou Os Gatos Dançantes. Estes comiam os peixes que apareciam contaminados por mercúrio na beira da praia, adoeciam e a maioria morria. Hoje Minamata é modelo de preservação ambiental, mas isso envolveu consciência, trabalho exaustivo e muito investimento para diminuir os estragos provocados pelo uso incorreto do mercúrio por uma indústria japonesa. Na história do livro, o senhor Yoshi foi um exemplo de pescador. Pela observação dos peixes mortos vistos todos os dias na prainha, ele previu a tragédia e conseguiu preservar os seus amáveis gatos Tomi e Suki e os seus quatro filhotes. Ele também adoeceu, mas por sorte não morreu. Embora tivesse muitas boas lembranças do lugar, o terror da tragédia fez com que ele mudasse para um lugar seguro. E assim ele fez. Mudou-se com os amigos e com toda a sua família de gatos. E a situação do uso do mercúrio em nosso país? Infelizmente existe a mineração clandestina, principalmente na Amazônia, que usa o mercúrio e contamina as águas, o meio ambiente e as pessoas que vivem essa realidade. Há outro cuidado a ser tomado: a fabricação de produtos que usam mercúrio, como as lâmpadas fluorescentes, os termômetros clínicos (já proibidos no Brasil), as pilhas de maquinas calculadoras e até de aparelhos auditivos. Que este livro sirva como forma de conscientização sobre o uso seguro do mercúrio, para que não tenhamos mais nenhum caso com o dos gatos dançantes e possamos proteger o meio ambiente, a nossa casa maior, e a nossa própria saúde.

ENTREVISTA

Olá Luis Antonio. É um prazer contar com a sua participação no Portal do Escritor

De que trata o seu livro?
O livro Os gatos dançantes trata da contaminação do elemento químico mercúrio ao meio ambiente e à saúde dos animais, incluindo aí o ser humano. 
O nível dessa contaminação depende do contato prolongado com o mercúrio ou da sua ingestão por meio, por exemplo, de peixes contaminados. 
No caso do livro, falo de uma tragédia provocada pelo mercúrio despejado por uma empresa na baía de Minamata, no Japão, que contaminou o solo, as águas do mar, os peixes e outros animais, os pescadores e boa parte dos consumidores de peixes da cidade e dos seus  arredores.
Mas, em meio a essa tragédia anunciada, conto a história do senhor Yoshi e de seus adoráveis gatos.
Ele teve papel importante na proteção dos seus gatos e também na tentativa de conscientizar os seus amigos  e colegas de profissão e a autoridade de saúde do local. Somente teve êxito na proteção aos seus gatos, que, mesmo contrariados, se salvaram, o que não aconteceu com os gatos de rua. Estes foram contaminados, viraram gatos dançantes e morreram. Essa foi a manifestação mais visível da tragédia, que se estendeu a uma boa parte da polução da cidade, atingindo bebês que nasceram com distúrbios neurológicos e paralisia cerebral. 
Essa contaminação atinge o sistema nervoso central e outros órgãos vitais do homem. 
Inicialmente ninguém sabia a causa do problema, nem os médicos. Somente mais tarde é que descobriram que não se tratava de uma doença, mas de contaminação por mercúrio. 

Como surgiu a ideia de escrever e qual o público que se destina a obra?
A ideia de escrevê-lo surgiu da necessidade de alertar as nossas crianças sobre os cuidados que precisamos ter com o uso do mercúrio, seja no garimpo informal de ouro, muito comum no norte do País, seja no descarte de produtos de uso comum que contêm esse elemento, como as baterias de máquinas de calcular e de relógios de pulso e as lâmpadas fluorescentes, estas proibidas a partir de 2025.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. O primeiro de muitos ou de um sonho realizado?
Nasci em Batatais-SP, em 22/6/1950. Resido em Brasília desde 1975. Sou professor de Português e Inglês e fui premiado em concurso de poesia promovido pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Unesp) de Franca-SP, onde estudei. Aposentei-me como Analista Legislativo concursado na Câmara do Deputados. Sou pós-graduado em Administração de Recursos Humanos. Escrevi o livro de contos Lá na praia... & outros casos (2019), três livros infantojuvenis: O ninho vazio (2019), Histórias de Paulinho (2022) e Os gatos dançantes (2023). Participe das obras coletivas: Contemporânea: antologia de contos & poemas, Editora. Albatroz (2019) e da antologia de poesias, contos e crônicas Scortecci 40 anos. v. III (2022). Sou membro da Associação Nacional de Escritores.
Quando escrevi o primeiro livro Lá na praia... & outros casos, pensei apenas no sonho de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro, mas hoje penso diferente. Meu sonho agora é de continuar escrevendo livros dirigidos ao público infantojuvenil. Aliás, já está pronta a parte escrita de  outro livro para crianças: A inesquecível praia do  Pequeno Príncipe, em fase de ilustração.
Quando escrevo, eu me inspiro bastante nos meus netos: o Pedro de 11 anos e o Felipe de 6, mas cuido para transmitir valores sociais para todas as crianças, com o objetivo de que possam ter informação e formação por meio de histórias que possam ser úteis na vida delas

O que você acha da vida de escritor no Brasil um país de poucos leitores e onde a leitura não é valorizada?
Infelizmente a situação do escritor no Brasil via de mal a pior porque falta incentivo para que surjam novos escritores. Muita gente escreve, mas não tem condição financeira de publicar, atividade cara em um país tão necessitado de boas leituras.
 
Como ficou sabendo do trabalho editorial e gráfico do Scortecci?
Fiquei sabendo do grupo editorial pela internet quando procurava uma boa editora para os meus livros infantojuvenis. Quero agradecer e parabenizar a Scortecci Editora por possibilitar que autores não conhecidos, como eu, possam publicar os seus livros. Grato também ao atendimento recebido durante esse tempo em que tenho publicado livros com vocês.

O seu livro merece ser lido? O que ele tem de especial capaz de encantar os leitores?
Meu livro merece ser lido porque se trata de uma obra informativa e formativa, com uma mensagem importante para a vida das nossas  crianças, o futuro da Nação.
Agradeço aos meus queridos leitores por se interessarem pelos meus livros e pela oportunidade de me deixarem contribuir, ao menos um pouco, na sua formação para que sejam cidadãos conscientes sobre a preservação do meio ambiente e os cuidados com o uso do mercúrio em nosso país. 
Até o próximo livro.

Maria Cristina Andersen

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