SELMA DE OLLIVEIRA - AUTORA DO LIVRO "E QUANDO ACONTECE COM A GENTE?"

Selma de Olliveira é o nome literário de Selma Oliveira da Silva Eleutério.
Natural da cidade de Osasco, São Paulo, é professora da nossa bela língua portuguesa, palestrante e escritora de livros infantis, contos e romances. Dedicou seus conhecimentos à instrução e orientação nos ensinos fundamental (anos finais) e médio.
Começou a interessar-se pela literatura brasileira ainda criança, pois gostava muito de assistir ao Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, e viver as aventuras das crianças do sítio.
Sempre muito imaginativa, adorava reproduzir a turma do Sítio e a Turma da Mônica. Dizia que, quando adulta, seria desenhista. Com o tempo, foi deixando de desenhar; porém, foi interessando-se pela literatura cada vez mais até fazer o curso de Letras pelas Faculdades Oswaldo Cruz, São Paulo, dentre outros.
Resolveu escrever porque queria externar seu modo de ver e sentir a vida. Começou por um romance social (ainda escrevendo) e alguns contos já finalizados como o conto As Pedras, de caráter filosófico; no entanto, escrever As aventuras de Ranalugu - uma série de dez livrinhos infantis - foi uma forma de procurar mostrar às crianças que coisas simples da vida nos dão muito prazer e que viver de forma harmoniosa é sempre a melhor escolha.
Finalizou, em fevereiro de 2023, uma autobiografia sobre como lidar com um câncer de mama, todos os tratamentos e como é - apesar de muitas intempéries - passar por essa situação da melhor forma possível, sempre com Fé, Força e Coragem!

E quando acontece com a gente?
O livro é uma autobiografia que conta toda a trajetória da autora a partir do momento em que foi diagnosticada com um câncer de mama invasivo. A questão aqui não é tão somente a doença mas também como é receber esse diagnóstico, digeri-lo e, principalmente, como se ajudar a encontrar a cura dentro de si mesma.
A autora relata suas experiências desde o primeiro momento – o da suspeita; depois, a confirmação - passando por todos os procedimentos como consultas, vários exames e sobre o tratamento em si, o qual é muito doloroso. No entanto, além de lidar com toda a situação na qual se viu mergulhada, ainda teve de superar questões familiares.
É importante destacar que a autora não se fechou em si, apesar de tudo o que viveu, conseguiu observar como outras mulheres enxergavam a situação; algumas viam apenas a doença, fechavam-se para a cura; outras, um pouco mais otimistas; porém, ainda com muito medo. Eis um ponto importante a ser destacado – como o medo pode nos conduzir para o abismo ou nos fazer enfrentar aquilo que tanto nos amedronta. Nossa autora escolheu a segunda opção, tanto que – à medida do possível – conseguiu ajudar a si e a outras mulheres a acreditarem na cura.
Este livro é uma viagem real de como podemos, mesmo que com muitas dores e medos, enfrentar e superar esses momentos que a vida nos apresenta: sendo mais leves, valorizando as coisas simples, amando-nos e sendo gratos a cada dia por estarmos VIVOS!

ENTREVISTA

Olá Selma. É um prazer contar, novamente, com a sua participação no Portal do Escritor

Do que trata o seu Livro?
O livro E quando acontece com a gente? é uma autobiografia que conta toda a minha trajetória - a partir do momento em que fui diagnosticada com um câncer de mama invasivo - de como é receber esse diagnóstico, digeri-lo, passar por tantas fases tanto física quanto psicologicamente, observando muitas situações que ocorriam à minha volta e procurando ser a minha melhor versão.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?    
Recebi o diagnóstico de câncer no final de 2018 e comecei o tratamento em 2019; no entanto, em 2020, passei por uma metástase no pescoço e axila e, então, despertou-me a vontade de escrever sobre toda essa trajetória porque, em meio a esses tratamentos, tive de lidar com questões familiares bem delicadas, ainda passando por um terceiro tratamento. Houve muitos momentos em que senti muito medo e fiquei perdida em minha dor; entretanto, sempre mantive a minha fé e vontade de viver. Escrever, nos momentos em que me sentia melhor, foi um grande aliado à busca da minha cura, foi uma forma de extravasar tantos sentimentos e pensamentos confusos e creio que ler também o seja.
Por isso acredito que muitas pessoas, as quais estejam nessa situação ou que tenham algum parente ou pessoa querida vivenciando essa trajetória, possam ler esse livro e se sentirem mais encorajadas a buscarem a força necessária dentro de si para seguirem em frente da melhor forma possível.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Sou professora da nossa bela língua portuguesa e me aventurei na escrita em 2017 ao publicar As aventuras de Ranalugu - uma série de 10 livros infantis. Estava escrevendo o oitavo livrinho quando soube do diagnóstico de câncer. Confesso que fiquei um tempo bloqueada, não conseguia botar para fora o que estava sentindo; porém, depois de algum tempo, comecei a escrever sobre o que estava vivenciando. Com certeza é mais um sonho realizado e também o começo de muitos outros, pois pretendo seguir adiante com meus contos e romances.
Amo escrever! Escrever, para mim, é uma chave mágica capaz de abrir tantas portas quantas forem necessárias para se chegar ao objetivo pretendido.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Continuo vendo um mundo de possibilidades, mesmo que diante de alguns obstáculos, sempre há soluções. Para que tenhamos mais e bons leitores, devemos começar essa tarefa incentivando nossas crianças a praticarem a leitura com bons exemplos. Existem muitos trabalhos de leitura como a contação de histórias, o cordel, livros infantis de várias formas que auxiliam nesse progresso da leitura em nosso país. É um trabalho constante, sementes plantadas aqui e ali, com certeza, darão frutos maravilhosos. Como há gostos para tudo, também há leitores para todos os gêneros.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Por meio de uma colega de trabalho a qual comentou a respeito de um amigo que havia publicado um livro pela Scortecci. Em 2017, publiquei pela Scortecci o meu primeiro livro infantil: As aventuras de Ranalugu e, em 2018, o segundo livrinho: Ranalugu e os ovos...e os ovos ? e um conto de caráter filosófico intitulado As pedras.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Com a toda a certeza, sim. Meu livro conta uma história real de superação, de como eu me reinventei para enfrentar todas as intempéries que me foram apresentadas pela vida durante esse trajeto. Buscando focar na cura, numa vida feliz, no viver melhor, em saber apreciar os bons momentos que a vida nos traz, em saber ser grata por tudo vivido, aprendido e admirado.

Maria Cristina Andersen
Revista do Livro

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