CARMEM TERESA ELIAS - AUTORA DO LIVRO "ATÉ ONDE O TOCANTINS ME TOCAR"

Carmem Teresa Elias é escritora e docente pós-graduada em Letras pela University of Cambridge, UFF e UERJ, pesquisadora e palestrante em Literatura Comparada, e Gêneros Textuais. Autora de diversos artigos acadêmicos e de dez livros literários já publicados, sendo dois livros pela Scortecci. Autora de poemas, contos, crônicas, romances, análises literárias. Possui premiações oficiais de instituição públicas. Atua também como artista plástica, e é diretora criadora do projeto sócio educativo Poesias ao Acaso, que oferece exposições e oficinas de criação artística e literária há 12 anos.

Até onde o Tocantins me tocar
A viagem! A travessia de satisfação e realização de vida por um dos caminhos mais inóspitos e deslumbrantes de uma das regiões mais primordiais do Brasil: o Tocantins e, dentro dele, o Jalapão. Uma viagem ao maravilhoso, amálgama do realismo e do fantástico. Uma viagem em três dimensões: a geográfica, das belezas naturais das águas e do cerrado; a sentimental, de um coração na plenitude do amor, metaforicamente vivenciando encontros com a paisagem; e a espiritual, diante do místico e do sagrado que emanam da essência criadora desse recanto tão vasto do mundo. Para uma pessoa que viaja sozinha, completamente apaixonada pela vida como eu, o maior gesto de amor que posso ofertar é escrever um livro. Compartilhar os secretos relatos íntimos do percurso de sabedoria de cada passo da aprendizagem que advém das águas e do cerrado do Tocantins: as dificuldades e superações; a solidão e amabilidade dos amigos de excursão; a fascinação, a saudade e o êxtase da troca de toques entre o mundo real, o mundo fantástico e o mundo simbólico. O livro é o quarto toque, o toque a mais, com o mundo das plenitudes escritas até onde o Tocantins me tocar, ou até onde o Tocantins tocar, também, a ti.

ENTREVISTA

Olá Carmem Teresa. É um prazer contar, novamente, sua participação no Portal do Escritor

Do que trata o seu Livro?
Até onde o Tocantins me tocar trata-se de uma viagem literária em amplo escopo. Uma obra eclética, com relatos, contos, lendas e poemas escritos durante minha travessia por um dos caminhos mais inóspitos e deslumbrantes do Tocantins e, dentro dele, o Jalapão. Os capítulos abordam uma viagem ao maravilhoso, amálgama do realismo e do fantástico, por esta região ainda inóspita do Brasil. Os textos abrangem três dimensões: a geográfica, das belezas naturais das águas e do cerrado; a sentimental, de um coração na plenitude do amor, metaforicamente vivenciando encontros com a paisagem; e a espiritual, diante do místico e do sagrado que emanam da essência criadora desse recanto tão vasto do mundo. A obra trilha a estrada do autoconhecimento, da satisfação com cada momento e da realização de vida, ao mesmo tempo em que mergulha nas belezas da natureza, no fluxo de consciência da autora, e em referências universais de histórias, personagens, autores e símbolos místicos, tanto da região quanto do mundo e, portanto, da humanidade.

Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
A ideia de escrever este livro surgiu no terceiro dia da viagem. Os caminhos ao Jalapão acontecem por cerca de oito horas diárias por estradas de barro. Enquanto para alguns tal situação causa cansaço, reclamação ou até frustração, eu apreciava cada detalhe no percurso e deixava a minha mente aberta ao pensamento que viessem, por lógica ou por fantasia, a partir da minha bagagem de vivências, reminiscências infantis, leituras e estudos literários. De repente, durante o silêncio do caminho, comecei a anotar algumas ideias e, quando me dei conta, estava com um bloquinho de notas repleto de experiências. A partir daí foi só dar asas, cada vez mais, à imaginação, às associações e às percepções que captava a cada momento.
Creio que o livro se destine a um público geral. A linguagem é simples, embora bastante metafórica, também. Busco compartilhar informações que, sendo de conhecimento, ou não, dos leitores, estimulem mais pesquisas sobre os assuntos. Assim, há crônicas dos momentos intercaladas com conceitos de filosofia, alquimia, história medieval, personagens como Cervantes e Rei Arthur, além de nossos sacis, nossos sabores, nossos povos quilombolas. Todos reunidos com muito amor pela literatura.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Escrevo desde os 4 anos de idade. Escrevo sempre. Sou pós-graduada em Letras por 4 universidades. Li muito, sempre. Amo escrever. Amo ter a escrita como meio de revelar verdades, de modo velado, para que o leitor se veja diante de um mistério a ser decifrado. Ler é uma tentativa de estar no universo do outro, mergulhando no seu íntimo mais bem guardado.
Publiquei poemas e contos em mais de 100 antologias e tenho 10 livros publicados. Ainda por publicar? Mais de 25. Que se concretizem.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
A vida de escritor é uma necessidade para quem compartilha o convívio com as palavras. Encaro como uma arte: vivo em busca de minha linguagem pessoal de descrever o mundo além da obviedade. Eu trilho a escrita literária: mais criativa e pessoal do que as fórmulas dos discursos sociais. Pode ser que eu escreva apenas para mim mesma, porém a função da palavra é a busca de comunicação e troca de experiências e conhecimentos com o outro, no caso, um possível leitor. Considero o autor uma profissão destinada a aprofundar aos leitores modos diversos de se ver e perceber a vida, e também uma necessidade de despertar maior consciência sobre questões sociais. Escrevo a beleza, a sutileza, o amor, tão necessários num mundo como o de nossos dias. Porém, escrevo também sobre os invisíveis, sobre os oprimidos, sobre aqueles que costumam ser esquecidos nos obscuros redutos de uma sociedade desumana. O escritor tem o dever de despertar a sensibilidade e o pensamento crítico.

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Escolhi a Scortecci para editar meu livro de contos ‘Perdidos Atávicos’, em 2016. Gostei muito do profissionalismo e da qualidade do serviço da equipe e, por esse motivo, continuo publicando com o grupo.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Eu já reli meu livro varias vezes e continuo gostando muito dele, especialmente por ser um hino em louvor ao amor, pelo Brasil, pelo mundo, pela humanidade, pelo nosso planeta. Ler o ‘meu’ Tocantins é um convite à uma leitura de vida e de possibilidades, de sonhos e de realizações. De certo modo, é o meu caminho, mesmo que metafórico, de dizer: olha, o impossível acontece.

Minha mensagem: Leiam sempre. A vida nada mais é que uma leitura da existência, da natureza, do mistério e do obvio, entrelaçados. Aos meus leitores costumo dizer: decifram-me, porque toda palavra é uma incógnita na tentativa da comunicação.

Maria Cristina Andersen

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