HUAYTOCTOC, O ÚLTIMO XAMÃ DA AMAZÔNIA /Arquimedes Vilchez Caceda


Um médico residente de anestesiologia bebe ayahuasca numa tentativa de voltar no tempo a um lugar onde algum dia foi feliz. A milenar bebida religiosa o traslada a Pampa Hermosa do rio Cushabatay, a terra dos grandes guerreiros piros com os quais ele interagiu na sua época de médico rural. No décimo quarto andar do hospital Edgardo Rebagliati Martins, na cidade de Lima, o chefe de residentes começa a escrever a história de suas andanças na Amazônia, inspirado numa cabeça reduzida que carrega consigo, a mesma que pertenceu ao grande Huaytoctoc, um feroz guerreiro piro e o último dos grandes xamãs amazônicos.

Estas linhas contam os perigos e as vicissitudes sofridas quando, junto a sua equipe de atenção básica de saúde, deslocavam-se pelos rios amazônicos e realizavam longas caminhadas pela floresta. As esverdeadas palavras aos poucos vão formando um leque de histórias e situações tragicômicas que se entretecem como densos cipós no meio da densidade amazônica. Um ano de marcantes experiências ficou condensado nestas páginas belamente escritas, uma leitura cativante que certamente não deixará ninguém sem a sensação da forte chuva caindo no rosto, sentindo o cheiro da terra molhada, e com o déjà-vu de haver visitado alguma vez o belo e exótico povoado de Pampa Hermosa do rio Cushabatay, situado num recanto perdido do mundo.

Arquimedes Vilchez Caceda
Sou médico anestesista e atualmente exerço a anestesiologia na prefeitura de Monte Alegre, localizada no oeste do estado do Pará. Huaytoctoc, o Último Xamã da Amazônia é uma ficção de conteúdo autobiográfico. Constitui uma homenagem ao jovem médico idealista que algum dia fui, quando, chefiando uma equipe básica de saúde, percorri as entranhas da Amazônia peruana, convencido até o tutano de que o meu trabalho estava transformando o mundo e que o dito esforço me garantia um pequeno espaço no céu. Esta aventura é uma repetição das histórias que as incontáveis equipes de atenção básica de saúde vivenciam no dia a 
dia na incomensurável bacia amazônica, lidando com as peculiaridades próprias de cada região: no Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Bolívia ou nas Guianas. Muitos anos depois das minhas andanças pelos rios amazônicos, decidi publicar minhas vivências, numa tentativa desesperada de lembrar-me de que ainda é válido acreditar num mundo melhor, ainda que nunca ganhemos uma fatia de céu.

Serviço:

Huaytoctoc, O Último Xamã da Amazônia
Arquimedes Vilchez Caceda
Scortecci Editora 
Ficção
ISBN 978-85-366-5823-0
Formato 14 x 21 cm
196 páginas
1ª edição - 2019
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