SAL A GOSTO / Diego Araújo da Rosa

Os textos são de leitura rápida. A escrita, clara e objetiva. Nas entrelinhas, há a intenção de escapar da ideia do livre-arbítrio como principal determinante da ação humana, elegendo, como protagonista, o meio, as instituições em volta. A temática é variada: morte, amor, teoria econômica, sociologia, existencialismo, redes sociais... As tramas se desenrolam em ambientes diversos: na internet, num pub, nas ruas, no trabalho, dentro de casa, num campinho de futebol... O palco é a época atual, a hipermodernidade. O personagem, o homem comum. Um século não termina com o seu fim cronológico, mas com o fim do que o caracterizava historicamente. A morte de Fidel, por exemplo, é um resquício do século XX; o regime comunista - ditatorial da Coreia do Norte, a possível recandidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência do Brasil (ou a sua prisão), as canções de protesto que renderam a Bob Dylan o Prêmio Nobel de Literatura... ainda há muitos resquícios do século XX acontecendo dentro do século XXI. Vivemos, pois, uma época de transição, uma época ainda sem registro em cartório, por se fazer. A escolha de Donald Trump simboliza, de certa maneira, essa lacuna: um fascista no cargo mais importante da Terra. Uma aposta derivada de uma sensação de deslocamento, de não representação – um boicote à própria política, por assim dizer. Em paralelo a isso, um mundo atualizado a cada minuto através de smartphones, um papa moderno e flexível à frente de uma Igreja Católica antiga e conservadora, homens-bomba se explodindo em nome de causas duvidosas, os Rolling Stones fazendo shows em Cuba... Há um século se construindo a partir do que resta do seu antecessor – a literatura deste livro é profundamente influenciada por essa passagem.

Diego Araújo da Rosa é natural de Torres (RS). Nasceu em 1985. É funcionário da Caixa Econômica Federal desde fevereiro de 2013. Formou-se em Economia em novembro de 2010 pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Escrever – conto, crônica e poesia – sempre foi seu hobby. Em termos de literatura, gosta de autores de diferentes escolas e gêneros, entre eles Khalil Gibran, Juremir Machado da Silva e Nicolas Behr. Em 2008 e em 2014, foi, respectivamente, um dos selecionados na 17ª e 23ª edições do Concurso Poemas no Ônibus e no Trem. Em 2012, foi um dos selecionados na 19ª edição do Concurso Histórias de Trabalho, categoria conto. Em 2014 fez parte da antologia literária da VIII CLIPP com o poema Tempos Hipermodernos. Sal a Gosto é seu primeiro livro individual e começou a ser produzido há pelo menos oito anos. Entre suas bandas mais ouvidas estão Beatles, Mutantes e Rolling Stones. Entre seus pintores prediletos encontram-se Vincent van Gogh, Edward Hopper e Munch. Na estante de seus filmes favoritos estão: A Doce Vida (1960), Tempos Modernos (1936) e O Show de Truman (1998). Em termos de MPB, gosta de Elis Regina, Chico Buarque e Tom Zé. Entre seus cartunistas mais admirados estão Pawel Kuczynski, Andy Singer e Saul Steinberg. Entre os documentários que mais o impressionaram encontram-se A Vida É um Sopro, sobre as ideias de Oscar Niemeyer, e Como a Arte Fez o Mundo, um tributo à imaginação. Em termos de Ciências Sociais, estuda autores de diferentes ideologias, entre eles Keynes, Marx e Smith. Atualmente está lendo Extensão do Domínio da Luta, de Michel Houellebecq.

Serviço:

Sal a Gosto
Contos e Crônicas
Diego Araújo da Rosa

Scortecci Editora
Contos
ISBN 978-85-366-5554-3
Formato 14 x 21 cm
120 páginas
1ª edição - 2018

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