AS AREIAS NUAS DO MAR / Valdinar Monteiro de Souza

"Amei conhecer, embora muito rapidamente, a cidade de Fortaleza. Quem me dera o tivesse feito houvesse bem mais tempo! Não faz mal, contudo, tê-lo feito somente agora. ‘Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu’, diz Salomão, no Eclesiastes. Consolo-me. ‘Tudo passa sobre a terra’, diz Alencar, no último parágrafo de Iracema.
(...)
Foi bom demais ver bem de perto, ainda que por pouco tempo, as areias nuas do mar de José de Alencar, Rachel de Queiroz e Ana Miranda, areias nuas do mar que também são, com efeito, de alguns dos meus ancestrais: meu avô materno, único avô que conheci, era piauiense, mas filho de cearenses. Está explicada a paixão que imediatamente passei a nutrir por aquelas areias nuas: tudo estava atavicamente guardado, porque meu ancestral, no passado não muito distante, veio de lá."

A crônica é a possibilidade textual de evitar que os acontecimentos sejam esquecidos com o tempo. Ela, por si só, é um recorte de uma determinada época. Registra e impede que o tempo devore aquilo que os outros não puderam ver ou não olharam com a devida atenção. Como cronista, Dr. Valdinar me enche de orgulho. E de inveja também, já que está publicando um livro de crônicas primeiro do que eu. Mas a vida é dura e bela, e quem escreve não pede licença. Escreve logo e pronto! Nestas páginas, estão os primeiros passos para a eternidade e, em cada linha, há um protesto contra o esquecimento.
Ulisses Pompeu - Jornalista e escritor

Serviço:

As Areias Nuas do Mar
Valdinar Monteiro de Souza

Scortecci Editora
Crônicas
ISBN 978-85-366-5497-3
Formato: 14 x 21 cm
116 páginas
1ª edição - 2018

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