MÚSICA CIÊNCIA / Angela Maria Ferraz


Esta obra, tem como objetivo principal Cientificar a Música. Focamos nossa pesquisa na construção da música, e o quanto o seu construindo influi no cérebro do indivíduo, provocando reações salutares em seu comportamento. Para autenticar nosso propósito, passeamos, desde o período Paleolítico, Renascimento, Iluminismo, até a Atualidade, com Matemáticos, Filósofos, Sociólogos, Doutora em neurologia, Assistente Social, Educador, Músicos e Etnomusicologista. Efetivamente discorremos em vários seg mentos sociais como: Ciência Social, Saúde, Educação. Fundamentamos e alinhamos a Arte e a Ciência, através da Música em seu construindo, desde “Os Suaves Violinos de Bach, aos Rufóricos Tambores Tribais”. A “Música é a Ciência do Prazer”.

Com a divisão de suas notas, matematicamente divididas e Criteriosamente organizadas, resulta em harmônicos exatos; Ela une os Silêncios e os Sons, trazendo como resultado a Melodia; A Melodia eleva nossa alma, Remetendo-nos aos mais lindos sonhos e às mais longínquas viagens, Sem que precisemos sair do lugar; A Música embala o Filho, a Mãe e a Avó, Perpetuando os momentos vividos por cada um deles, Decidindo por eternizá-los... A Música organiza de tal maneira nossos sentimentos, ações e reações, Que acaba por agregar, educar e curar as dores físicas e as dores do coração... A Música se entrelaça nas pernas da bailarina... comandando sua dança, Se infiltra nas rimas do Poeta e do Trovador, adoçando seus versos... A Música... ah, atrevida Música, se aproveita de sua harmoniosa transparência E se atraca com pincéis e tintas dos Pintores, Ajudando a formar os mais belos traços... e as mais belas paisagens. A Música, sorrateiramente, afaga tanto a tristeza que acaba por transformá-la em alegria...
“Não importando se vem do dedilhar suave dos VIOLINOS DE BACH ou Se vem do replicar rufórico dos TAMBORES TRIBAIS.”
Angela M. Ferraz

Costumo dizer que “a música me escolheu como filha”, pois no ano de 1949, num baile beneficente, realizado no Salão Isgarb, por sinal um salão de grande porte, geralmente utilizado pelas famílias tradicionais de Santo Amaro, em São Paulo, aconteceu um encontro eterno. Um conjunto musical foi contratado para animar o baile. O conjunto era composto por oito irmãos, sendo um deles com o nome João Dias Ferraz, 26 anos, nascido em Piracicaba (SP), formado em Elétrica pelo SENAI. Como autodidata e possuidor de grande sensibilidade musical, habilitou-se em todos os instrumentos musicais de corda e mais o pandeiro. Nesse baile estava Maria Aparecida Conceição, 17 anos, nascida em São Paulo (SP), formada em Corte e Costura, ativista política; ela, por gostar muito de escrever e ter o dom da oratória, escrevia e discursava ao lado de seu pai, em comícios políticos, e também era uma das organizadoras do evento. Dona Maria também era possuidora de um DNA musical, pois seu avô materno, Sr. Venâncio Carlos Oliveira, foi maestro de uma banda no município de Taubaté (SP). Foi neste dia que João e Maria se conheceram, quando dançaram uma “música” no baile. Após a dança iniciaram o namoro, em um ano ficaram noivos. No ano de 1951 se casaram e, após três anos de casamento, nasci. Ao longo da infância e adolescência, a música cantada e tocada pelo casal pontuou os vários momentos que compuseram nossas vidas, como problemas/soluções e tristezas/alegrias, que eram suavizados e enfeitados em suas finalizações harmoniosas. Com a presença da música, no núcleo restrito do lar ou em festas e comemorações que aconteciam entre familiares ou vizinhos, a música sempre estava presente em nossas vidas. Embora o casal fosse oriundo do interior paulista, portanto “caipira”, o ritmo predominante nos saraus era o SAMBA e a chamada MPB (Música Popular Brasileira), porém havia incentivo para audição de todos os tipos de ritmos, nacionais e estrangeiros. A mãe Maria, formada em Corte e Costura, costurava além dos tecidos, alinhavando as letras em seu discurso político. O pai, formado em Elétrica pelo Senai, além de conectar os circuitos fechados, reconectava-se na “música”, iluminando as ideias. Em 1988, no dia 23 de maio, João resolveu fazer sua longa viagem; atendendo a seu pedido, seu funeral aconteceu com seis cavaquinhos tocados pelos amigos e o pandeiro tocado por minha irmã mais nova, com a música “Fita Amarela”, de Noel Rosa. Angela era estudante de Matemática e Física numa faculdade na capital de São Paulo, entre 1977 e 1981, e trabalhava na Companhia Municipal de Transportes Coletivos, empresa com regime de autarquia, em plena ditadura militar (1965-1985), sendo mulher, de pele negra e pertencente à classe média baixa, mas com uma harmonia que provocava admiração e ao mesmo tempo assombro. Aos 58 anos, depois de cinco anos de aposentadoria, Angela ingressou novamente no campo do conhecimento, na faculdade, fazendo o curso de Serviço Social. No período entre os dois cursos acadêmicos, fez 13 anos de curso de Teatro, pela Secretaria Municipal de Cultura, participando de muitas peças teatrais, na Grande São Paulo.

Serviço:

Música Ciência
Angela Maria Ferraz

Scortecci Editora
Musica
ISBN 978-85-366-5143-9
Formato 14 x 21 cm  
56 páginas
1ª edição - 2017
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