INSUSTENTABILIDADE DAS DIVINDADES E CONVIVÊNCIA ENTRE ATEUS E CRENTES / Gastão Rúbio de Sá Weyne

Os resultados das pesquisas do cientista inglês Richard Lynn, durante mais de 5 décadas, mostraram serem os ateus mais inteligentes que os crentes em Deus: os ateus questionam as teorias religiosas e são dotados de acentuado espírito crítico. Os crentes em Deus, ao contrário, têm uma linha de pensamento fortemente dogmático e fogem às perguntas. Busca-se estimular a tolerância religiosa, uma atitude respeitosa e de convivência pacífica diante das confissões de fé diferentes que se têm combatido umas às outras, cada qual acusando as rivais de hipocrisia, de mistificação, de erro ou de obra diabólica.

Esse procedimento de tolerância não vem ocorrendo no Brasil, país essencialmente religioso, entre as diferentes crenças, principalmente quando se observa o desrespeitoso comportamento de muitas pessoas e grupos contra os ateus, que correspondem somente a 2% da população. Reitere-se que esta porcentagem é significativamente menor que a de outros países: o Japão tem 65% de ateus, a Alemanha 44%, a Inglaterra 41,5%. Parece inegável que mais importante que a religião é o comportamento altruísta existente. Muitas pessoas, em todas as culturas, costumam oferecer ajuda a outras que necessitam sem esperar nada em troca. O autor defende, contrariamente à opinião de alguns ateus ou agnósticos, que a extinção das religiões no mundo, com suas virtudes e defeitos, seria um caos universal. As religiões, na opinião do autor, não são o grande problema. Em outras palavras, aceita-se a religião; Deus, não. O obstáculo relevante se resume, portanto, na crença  irracional em Deus, uma divindade admitida sublime, mas inexistente, que traz ilusões à humanidade que nunca, de fato, se concretizam.

Neste trabalho busca-se discutir a verdade, praticamente inatingível, sobre religiões, crenças e descrenças em divindades, com o fito de estudar e estimular a convivência entre atores com posições aparentemente extremas como crentes e ateus, considerando-se a existência da liberdade democrática no Brasil. Com base nas diferenças individuais, aliadas à exigibilidade de respeito à liberdade de crença de cada um, almeja-se a convivência harmônica e pacífica entre os que creem ou não em Deus, com base na igualdade de direitos, a fim de estimular a paz social. Reconhece-se a importância da religião, ao longo dos tempos mesmo com graves limitações  pela capacidade de reunir os fiéis e pregar-lhes o bem, ou seja, procurando afastar o mal da vida das pessoas, e daí admitir-se aqui a sua relevância na vida das populações, principalmente no caso dos mais necessitados, pobres ou excluídos. Ao que tudo indica, a religião, assim como o trabalho, a ideologia, o consumismo e a arte, entre outros fatores, é uma tentativa cristalina de dar um sentido à vida, um objetivo extremamente preservado pelos seres humanos, crentes ou ateus. Por outro lado, sobre o suposto fundamentalismo ateu, alegado por alguns, defende-se que não se pode chamar de fundamentalista quem exige provas antes de crer. A dúvida vai até o surgimento de fortes evidências, muitas vezes inexistentes. Ao contrário: dogmas, religiosos ou não, são obstáculos ao desenvolvimento dos conhecimentos e, muitas vezes, se opõem ao que o homem deve saber sobre o mundo. Com ampla abertura aos questionamentos, discutem-se, neste livro, os argumentos sobre a existência ou inexistência de Deus e, além disso, sobre as dificuldades ou impossibilidades para a sustentabilidade dos dogmas religiosos.

O autor, de formação multidisciplinar, vem dedicando a maior parte de sua vida ao ensino e à pesquisa em três linhas:
1) ENGENHARIA QUÍMICA - É Engenheiro Químico pelo Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ); Mestre, Doutor e Livre-Docente em Engenharia Química (Escola Politécnica da USP); Pós-Doutorado em Design Projects na Indústria Petroquímica pelo University College de Londres; 2) DIREITO - É Advogado e Bacharel em Direito (Faculdade de Direito da USP-FDUSP) e Doutor em Teoria Geral e Filosofia do Direito (FDUSP); 3) MATEMÁTICA - É Bacharel e Licenciado em Matemática (Instituto de Matemática e Estatística da USP) e Doutor em Educação Matemática pela PUC-SP. É Professor Associado, aposentado, do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da USP, tendo sido Professor Titular das seguintes instituições de ensino de São Paulo: PUC-SP, Universidade Mackenzie-SP (onde foi Diretor da Escola de Engenharia), Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP-SP (Titular Pleno), Faculdades Oswaldo Cruz-SP e Faculdade de Medicina do ABC-SP, onde concluiu Livre-Docência em Operações Unitárias na Indústria de Medicamentos e Alimentos. Foi um dos fundadores e Coordenador do Curso de Direito da Unipalmares-SP, preferencialmente para negros, além de Professor Titular nesta instituição por cerca de 5 anos. É Advogado e Perito da Justiça Federal de Campinas-SP há mais de 20 anos. É Tenente-Coronel Reformado do Exército e, sendo marxista, sofreu repressão durante a ditadura militar. Publicou mais de 20 livros, escreveu mais de 100 artigos em revistas e participou de mais de 50 congressos. Formou mais de 10 pesquisadores, entre Mestres e Doutores na Escola Politécnica da USP. É violonista, lançando diversos CD(s) e um álbum com 19 músicas de sua autoria, publicado pela Editora Irmãos Vitale, de São Paulo.

Serviço:

Insustentabilidade das Divindades e Convivência Entre Ateus e Crentes
Gastão Rúbio de Sá Weyne
Scortecci Editora
Religião
ISBN 978-85-366-3091-5
Formato 14 x 21 cm 
104 páginas
1ª edição - 2013

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