NOSSA CONSCIÊNCIA, NOSSA MALDIÇÃO / Valdemir Augusto Pereira

O que seria, para o ser humano, uma revolução primorosa, frente aos outros animais e aos seus próprios ancestrais, tornou-se uma maldição. A consciência, na vida deste ser, levou-o a sentir-se o próprio criador do céu, da terra, dos mares e planetas pelo universo afora... Assustado com a grandiosidade da existência e munido desta, diria, patologia, ele começou a tentar recriar tudo ao seu redor. O que ele não conseguiu perceber até hoje é que toda vez que se propõe a melhorar o perfeito, este se adultera e torna-se uma forja malfeita do mesmo. Considerando que a natureza seja perfeita, do que não duvido, pois tudo que o ser humano tentar mudar irá gerar algum conflito. Diante de uma realidade fatal como esta e sem ter o que fazer, mas, ainda assim, fazendo as suas ideias se materializarem, este pequeno elemento passou a sofrer de uma agonia que se transformará nas piores atrocidades com que o mundo irá se deparar alguns milhões de anos mais tarde. As tecnologias, ciências e todas as outras formas de desenvolvimento intelectual passarão a ter total domínio sobre essa "consciência" que nos primórdios fora vista como a redenção ou supremacia humana sobre todos os outros animais. Não fosse por essa "consciência", instalada no ser humano, este animal passaria por aqui (pela Terra) como todos os outros, como se não houvesse passado... O planeta continuaria intacto, livre de suas ações maléficas que, por mais que lute, não o conduzirá a lugar nenhum, além da destruição. A consciência humana não é, como preferimos crer, um acidente cometido pela natureza, mas sim um mecanismo eficiente, que levou o ser humano a chegar onde se encontra hoje, à beira, aos nossos olhos, de um colapso total do planeta. As razões que levaram a natureza a introduzir a consciência neste ser são desconhecidas pelo mesmo. Mas, considerando que os humanos são os elementos mais delicados e incapazes de se defenderem dos outros animais, pode-se entender que a consciência, além de ter se tornado a arma secreta deste ser, é também o que a natureza precisava para seguir com os seus propósitos de criar e destruir as formas, seres viventes para o preenchimento dos vazios do universo.
O autor

Nascido em Jales, pequeno município do estado de São Paulo, em 21/09/1962, viveu em Magda, outro município deste mesmo estado, até os seus 15 anos de idade, quando toda a sua família mudou-se para a capital. Nesta grande cidade, trabalhou em muitas empresas, antes de ingressar no serviço público, em 21/03/1986, do qual faz parte até hoje. Boa parte de seus livros foi escrita nas dependências do Centro Cultural  São  Paulo. Cursou Filosofia e Psicologia, mas acabou por não concluir nenhum dos dois cursos. De uma família de sete irmãos, sendo quatro homens e três mulheres. Ao contrário dos demais membros de sua família, não tem nem segue nenhuma tendência religiosa, pois crê que todas trazem, em si, um único propósito, que é o de educar-nos e mostrar-nos o caminho certo a seguir. Sente-se à vontade para discutir sobre todas as religiões, entrar e sair de seus templos, somente com o que julga ser o melhor, como diz a sábia parábola "do joio e do trigo". Ama a música, a filosofia e a literatura a ponto de considerá-las como suas legítimas religiões. Com dois livros publicados, tem quatorze manuscritos e um livro na Biblioteca Nacional à espera de publicação.

Serviço:

Nossa Consciência, Nossa Maldição
Valdemir Augusto Pereira

Scortecci Editora
Conduta de vida
ISBN 978-85-366-4652-7
Formato 14 x 21 cm 
384 páginas
1ª edição - 2016

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