ANA LUIZA LOYOLA - AUTORA DO LIVRO "MINEIRICES"

Ana Luiza Loyola escreveu dois livros editados: O Segredo de Monteségur e Mortes Misteriosas em Águas Cristalinas. O primeiro é um romance histórico e o segundo um suspense. Escreveu também peças de teatro e histórias infantis.
Quando me interesso por um assunto e penso em escrever sobre aquele tema, entro no melhor período da minha vida: pesquiso, sinto-me motivada, feliz e criativa. Na verdade, só me sinto bem quando estou empenhada em algum projeto de escrita. (Ana Luiza Loyola)

Mineirices
Procurei retratar nestes contos, a simplicidade recheada de inteligência e bom humor do mineiro. São contos ora engraçados, ora tristes, como a própria vida. Embora não tendo nascido em Minas, minha família é composta toda de mineiros e aprendi a amar a cadência descansada do falar mineiro, a fé singela de quem fala com os santos e tem seu altarzinho em casa com o santo de devoção, sempre com uma oferenda de uma flor, ou no caso de São Benedito, uma xícara de café.   Na verdade, ser mineiro é uma arte. A arte de ser tranquilo sem ser preguiçoso, arte de ser astuto sem ser maldoso, arte de ser bom de coração e arte em gastronomia, uma gastronomia simples, baseada no famoso queijo de Minas, fazer uma comida de ser servida em panelas de ferro ou assadas em forno à lenha. A arte de ser mineiro, na sua essência é a arte ser simples e feliz. Sem muito luxo, mas sabendo alegrar o corpo e o espírito. A Fé, muitas vezes tão pura que os santos são gente de casa, todos com seu santo de devoção, entronizados em nichos e, sempre que possível, uma flor é colocada a seus pés. Já para São Benedito, em cima do armário da cozinha, não esquecem de oferecer um copinho de café recém coado. Muitas vezes, a mãe mineira bate um papo com Nossa Senhora, comentando a trabalheira que os filhos estão dando e pedindo ajuda. Esta Fé, tão pura e simples, norteia a vida e dá sentido a ela, alimentando a alma, enquanto no fogão a lenha borbulha em um tacho um doce de leite, no forno à lenha assa um quartinho de leitoa e na mesa descansa um queijo curado. Que coisa boa ser mineiro!

ENTREVISTA

Olá Ana Luiza. É um prazer contar com a sua participação no Portal do Escritor.

Do que trata o seu Livro? Como surgiu a ideia de escrevê-lo e qual o público que se destina sua obra?
Escrevo quando estou borbulhando de alegria o u ensimesmada de tanta tristeza. Este livro surgiu de uma grande tristeza pela perda trágica de meu irmão. que mesmo sem ser mineiro, era o mais mineiro dos mineiros. Falava gostoso, aquele sotaque descansado e abreviado nos diminutivos: mininim, bunitim, carrim etc... Ele fez seu ninho em uma cidade do interior de Minas e para homenageá-lo, criei alguns contos onde uso o falar tão saboroso aos ouvidos como são saborosas as comidas mineiras ao paladar.

Fale de você e de seus projetos no mundo das letras. É o primeiro livro de muitos ou apenas o sonho realizado de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um Livro?
Escrever, para mim, nunca foi opção, mas necessidade. Sinto que me comunico melhor e mais claramente quando escrevo. O meu primeiro livro deu-me a mesma sensação de euforia e felicidade como a que senti ao ver meu filho pela primeira vez. São pedaços meus e que ofereço com desprendimento e alegria.

O que você acha da vida de escritor em um Brasil com poucos leitores e onde a leitura é pouco valorizada?
Sou por natureza otimista. Temos que mudar isto! temos que colocar livros nas mãos das crianças para desde o começo eles entendam o valor e a necessidade de ler. Não é esta nossa realidade, o escritor no Brasil, dificilmente sobrevive de seu trabalho, que a bem da verdade nem é valorizado. A escola deveria levar o aluno a perceber o portal para novos mundos que o livro abre. Quem sabe, um dia?

Como você ficou sabendo e chegou até a Scortecci Editora?
Já editei dois livros pela Scortecci e estou terminando outro que espero editar ainda este ano. Encontrei a editora depois de procurar muito em outras e não senti a acolhida e o profissionalismo desta editora.

O seu livro merece ser lido? Por quê? Alguma mensagem especial para seus leitores?
Acho que mereci, sim. Primeiro porque o mineiro é o protótipo do bom malandro. Mostra humildade, mas é matreiro e inteligente, porém sem deixar que isto o defina. Dá de dez a zero em muito Doutor emproado que ouse tentar zombar dele. Estão aí as piadas do bom mineiro que provam isto. São espertim, espertim...

Maria Cristina Andersen
Blog do Escritor

Curta nossa página no Facebook
Facebook

Voltar Topo Enviar a um amigo Imprimir Home