HISTÓRIAS PERDIDAS E OS SINOS / Carlos de Morais

As crianças, que brincavam no sótão, abriram um velho baú, encostado num canto da parede. Com o vento forte, expelido por um ventilador, postado em cima da mesa, folhas de papel se espalharam pelo chão. Assustadas, as crianças subiram, correndo, as escadas que davam acesso à saída. Fiquei só. Fechei os olhos para diminuir o zunido que rondava meus ouvidos. Ao recolher as folhas de papel espalhadas ao redor do baú, imensas e contagiantes lembranças afloraram escondidas nos meus olhos fechados. Colocando umas sobre as outras, foram formando um acervo de histórias perdidas, disfarçadas nos sons de sinos, irradiados por uma torre imaginária.

Numa pequena cidade chamada Pereiras, nasceu Carlos de Morais, em um domingo de Páscoa, enquanto uma serenata urdia poesia e música numa noite enluarada, com estrelas faiscantes pelo céu. Muito cedo, começaram suas peregrinações por inúmeras escolas, localizadas no Estado de São Paulo, como estudante, professor, diretor e supervisor pedagógico. Porém, essas ausências aumentavam, cada vez mais, a saudade de sua cidade, e enriqueciam a memória, a cada retorno. Inúmeras lembranças foram urdidas com gosto de terra, com cheiro de primavera, na sinfonia das tardes alongadas de outono, enquanto se entrelaçam, no ar, histórias perdidas e o toque dos sinos se esconde no coração.

Serviço:

Histórias Perdidas e os Sinos
Carlos de Morais
Scortecci Editora
Ficção
ISBN 978-85-366-2540-9
Formato 14 X 21 cm 
76 páginas
1ª edição - 2012

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