MUITO ALÉM DE MIM / Roberto Barsotti

Ufa, consegui; selecionei o material que me pareceu mais oportuno, juntei tudo e o transformei em livro. Como disse no prefácio, queria um livro para minha satisfação pessoal. Nunca tive a pretensão de escrever e divulgar visando um público ou algum tipo de galardão. Pretendo distribuir exemplares para familiares e amigos (espero que depois de lerem o conteúdo, se o lerem, continuem meus amigos) e pessoas de meu relacionamento. Alguém lerá, alguém gostará, outros não. Eu lerei e gostarei. Seja como for, perdoem minha presunção (escrever um livro? Quem ele pensa que é?), mas fiquem certos de uma coisa: o que escrevi é honesto, é o que sinto, não “forcei a barra” para agradar quem quer que seja, muito menos críticos e intelectuais de profissão (aos quais, aliás, este livro não se destina e do qual, certamente, nem tomarão conhecimento, para minha alegria). Caminante, no hay camino, se hace camino al andar.

Eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade.

Roberto Barsotti nasceu em Pisa, Itália, no 16 de fevereiro de 1940. Sobreviveu à guerra e em abril de 1953 emigrou para o Brasil com os pais, onde posteriormente adquiriu a cidadania brasileira. Após concluir o ensino médio, trabalhou nos então bancos Novo Mundo e Moreira Salles, continuando os estudos no período noturno. Em 1966 ingressou na recém-inaugurada Escola de Comunicações Culturais (ECC), da Universidade de São Paulo (USP), hoje Escola de Comunicações e Artes (ECA). Em 1968 ingressou no curso noturno de Filosofia, também da USP, curso esse abandonado dois anos depois por absoluta falta de tempo. Após formar-se na ECA, fez parte da equipe de automação da biblioteca do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), antigo Instituto de Energia Atômica (IEA), pelo qual fez um estágio de seis meses no European Nuclear Documentation System, em Luxemburgo; lecionou na ECA/USP e na FATEA de Santo André; coordenou o Centro de Referência Bibliográfica em Artes do Instituto Cultural Itaú; dirigiu o Serviço de Acesso à Informação e ao Documento no Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBi/USP); participou da “Conferencia Internacional sobre Bibliotecas Universitarias” na Universidad Autónoma de México (UNAM); foi bolsista do governo espanhol para participar do curso “La Biblioteca Pública en la Sociedad de la Información y el Conocimiento”, em Madrid, com duração de um mês; deu vários cursos e proferiu palestras; participou de eventos nacionais e internacionais e bancas examinadoras; escreveu vários artigos, apostilas, manuais e um livro intitulado A Informática na Biblioteconomia e na Documentação. Em 2010, responsável pela área de projetos do SIBi/USP, foi vitimado pela aposentadoria compulsória ao atingir os 70 anos de idade e, contra a vontade, foi obrigado a deixar de trabalhar.