CASTELNAU / Vagner Braz

Castelnau é uma obra híbrida que procura, através da poesia, captar a atmosfera social, principalmente da coletividade de Pontes e Lacerda - Mato Grosso, do mundo contemporâneo, olhando para várias problemáticas, equacionando determinadas questões, interrogando a vida. Olha para Pontes e Lacerda, questiona o impacto da falta de vivacidade na existência das populações e a condição social do Estado de Mato Grosso, que coloca as pessoas de frente com o que é, ser humano, que é fonte de dor e de esperança: dor da saudade daqueles que partem e esperança de que possa ser o caminho para uma comunicação fluente com outros mundos, com seus encontros e desencontros.

A obra não olha só para as coisas sociais, mas para questões, como, o amor e a vida, do lugar que a palavra ocupa para criar os sentidos à volta do ser humano, dos seus sentimentos, do seu mundo e da sua vivência. Castelnau fala da cidade, da partida, da saudade, do amor, do silêncio, da noite, da luz e das trevas, que povoam o imaginário das pessoas, de uma forma geral, captando a forma anímica como as pessoas lutam para vencer, contrariando a força do tempo.

A poesia, segundo Aristóteles, nasce da imitação que é própria da natureza humana, onde a harmonia e o ritmo se unem para expressar significações em que, na maioria das vezes, a linguagem vem evadir do sentido denotativo, objetivo, para eleger uma essência conotativo-subjetiva, ou seja, mágica e espontânea das coisas, da concretude da palavra para a magia da expressividade simbólica e polissêmica da linguagem humana. No fazer poemático, Vagner Braz transcende o seu cotidiano e ascende a um lugar despretensioso, criando e reinventando um espaço iluminado por um insight tendo como limites horizontes infindos. Percebe-se que o poeta mato-grossense traz a mágica do encantamento com as palavras invocando sua terra, pessoas e o seu eu-lírico que atravessa as fronteiras do seu próprio ser voltado para um fazer poético literalmente limitado pela imaginação como poeta visionário e tecelão de palavras que é:

[...] E seus espelhos
Que feios quebram em
transparências
Independente da origem ou da
língua
O belo descreve a semântica,
A sintaxe, a morfologia, a
fonética,
Porém, o trágico em vida
acontece! [...]

Assim, o escritor de Castelnau vem reafirmar em seu texto poético o que Octavio Paz diz sobre conhecimento, salvação, poder e abandono que vem contido no texto caracterizado e alicerçado na fibra tecida pela lírica da poesia.
Prof. Dr. Romair Alves de Oliveira - Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

Vagner Vainer Teixeira Braz nasceu brasileiro e Poeta em julho de 1992, no município de Pontes e Lacerda, Mato Grosso. É letrólogo (habilitação em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Respectivas Literaturas) pela Faculdade de Linguagem e Zootecnia da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), do Campus Universitário de Pontes e Lacerda, e pós-graduado em Educação de Jovens e Adultos para a Juventude pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Foi bolsista de Iniciação à Docência pela CAPES/CNPq/UNEMAT, e é membro do Grupo de Pesquisa TRANCO - O Trágico na Contemporaneidade (UNEMAT - Tangará da Serra/CNPq, sob a liderança do Prof. Dr. Dante Gatto). Desenvolve linha de pesquisa que abrange Literatura, História e Memória Cultural. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura e Artes, atuando principalmente nos seguintes temas: a Tragédia, o Trágico, Poesia Livre, Leitura, Autoria, Homem, Morte, Coletividade e Subjetividade. Participou de concursos de poesias e antologias nacionais e internacionais, tendo seu trabalho consagrado na Europa.

Serviço:

Castelnau
Vagner Braz

Scortecci Editora
Poesia
ISBN 978-85-366-4669-5
Formato 14 x 21 cm 
48 páginas
1ª edição - 2016

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